Risco da carteira: como interpretar sua matriz de risco

Traive Finance

No dinâmico universo do agronegócio, gerenciar o risco da carteira é mais do que uma necessidade; é uma estratégia fundamental para a sustentabilidade e o crescimento. Para revendas, indústrias, cooperativas e sementeiras, a tomada de decisão em crédito exige cada vez mais precisão e agilidade. Em um ambiente repleto de variáveis – preços de commodities, clima, produtividade e liquidez –, antecipar riscos é sempre melhor do que reagir a eles. 

É por isso que, na Traive, transformamos dados complexos em inteligentes acionáveis, ajudando nossos clientes a tomar decisões mais seguras, rápidas e rentáveis.  

Por que gerenciar o risco da carteira ativamente?

A gestão ativa do risco da carteira é o pilar para a saúde financeira de qualquer empresa na cadeia de suprimentos agrícolas. Imagine, por exemplo, uma cooperativa que concede crédito para seus associados ou uma revenda que financia insumos aos produtores: sem processos padronizados e com análises manuais, o risco de perda e inadimplência  aumenta significativamente, impactando diretamente o fluxo de caixa e a capacidade de investimento e expansão

Dados recentes indicam que a taxa de inadimplência na população rural brasileira alcançou cerca de 7,6 % no último trimestre de 2024 (Serasa Experian). Isso evidencia que falhas na gestão de crédito — como dificuldade em analisar dados de forma consistente ou falta de governança na esteira de crédito — podem expor as operações a perdas significativas. 

No segmento de agronegócio, por exemplo, um grande banco relatou que 3% das operações de financiamento estavam em atraso em um trimestre recente, o que reforça a urgência de uma gestão de risco mais sólida

Essa elevação dos atrasos evidencia a importância de uma gestão de crédito criteriosa, falhas nesse processo expõem a carteira a perdas significativas.

Ao adotar uma gestão ativa, as revendas, indústrias, sementeiras e cooperativas podem:

  • Reduzir significativamente os custos operacionais: automatizar processos e análises preditivas libera tempo e equipe para tarefas estratégicas;  
  • Melhorar a tomada de decisão: com insights baseados em dados, é possível identificar os riscos e oportunidades de forma mais precisa e menos subjetiva;
  • Fortalecer o relacionamento com clientes: ao compreender melhor o perfil de crédito de cada cliente, é possível oferecer soluções financeiras mais adequadas, construindo relações de confiança e parceria;
  • Garantir maior acesso a liquidez: uma carteira de crédito bem gerida e com riscos controlados é mais atraente para o mercado de capitais, facilitando a antecipação de recebíveis e otimizando o fluxo de caixa.

Em essência, a gestão proativa do risco da carteira não é apenas uma forma de evitar problemas, mas sim uma ferramenta poderosa para gerar valor, aumentar a rentabilidade e consolidar uma posição de destaque no mercado.

Leia também: Por que antecipar recebíveis no agronegócio?

Como montar e interpretar uma matriz de risco no agro

Uma matriz de risco é uma ferramenta visual e analítica que permite mapear e avaliar os riscos associados a cada operação de crédito. Ela fornece uma visão clara da exposição da empresa e ajuda a priorizar as ações de mitigação. No contexto do agronegócio, essa matriz deve ser desenhada para capturar as nuances específicas do setor.

Para as empresas do setor agro, os componentes essenciais de uma matriz de risco robusta geralmente incluem:

  1. Faixa score/rating: indica o risco de crédito do cliente, calculado por modelos estatísticos, scorecard ou inteligência artificial. Quanto menor o score, maior o risco;
  2. Exposição: o valor total do crédito concedido ou o montante em aberto. Uma alta exposição a um cliente de baixo rating amplifica o risco;
  3. Tipo de garantia: assegura a operação em caso de inadimplência. No agronegócio, podem ser desde garantias reais (terras) até títulos de crédito (Cédula de Produto Rural – CPR física e CPR Financeira, ) ou seguros. A qualidade e a liquidez da garantia são essenciais;
  4. Seguro: a existência de um seguro, como o seguro agrícola, pode mitigar riscos específicos, como perdas de safra, reduzindo a probabilidade de inadimplência.

A construção de uma matriz de probabilidade e impacto no agro começa com a coleta de dados de diversas fontes: histórico de pagamentos, informações cadastrais, dados meteorológicos, cotações de commodities, entre outros. Esses dados são então processados para atribuir um score de risco ao cliente e à operação. 

A matriz, então, cruza a probabilidade de inadimplência (derivada do score) com o impacto financeiro (dada a exposição e a qualidade da garantia), classificando cada operação em categorias como “risco baixo”, “risco médio” e “risco alto”.

Como interpretar a matriz de risco: exemplo prático

Vamos imaginar uma tabela de riscos simplificada para uma revenda de insumos:

Score/rating do clienteTipo de garantiaRisco da operaçãoAção sugerida
A (Excelente)Duplicata, CPR é desejável Muito baixoCrédito aprovado.
B (Bom)Duplicata e CPR BaixoCrédito aprovado; monitoramento padrão.
C (Regular)CPR,  garantia Real e/ou avalista MédioCrédito com análise de dados adicionais e monitoramento intensificado.
C (Regular)CPR,  garantia real e/ou avalistaMédio-altoExige seguro ou garantia adicional; régua de cobrança preventiva.
D (Ruim)CPR,  garantia Real com alienação fiduciária AltoCrédito negado ou com exigências de garantia muito robustas e alta down payment.

Neste exemplo, um cliente com rating “C” e alta exposição representa um cálculo de risco médio-alto. Isso indica que, embora o cliente possa não ter um histórico perfeito, o alto valor envolvido na operação exige medidas adicionais para proteger a revenda. 

As ações sugeridas na matriz, como a exigência de seguro ou a aplicação de uma régua de cobrança preventiva, são essenciais para mitigar esse plano. A interpretação dessa matriz de risco, por exemplo, permite que a empresa tome decisões rápidas e assertivas, padronizando a análise e reduzindo a subjetividade.

Estratégias de cobrança preventiva: atue antes do vencimento

Como o ditado “antecipar é melhor que remediar” sugere, a atuação antes do vencimento é um diferencial competitivo na gestão do risco da carteira. A cobrança preventiva não se limita a lembretes de pagamento, mas envolve uma série de estratégias proativas para evitar a inadimplência e fortalecer a governança na esteira de crédito.

Para as empresas do setor agro, algumas táticas são essenciais:

  • Régua de cobrança antecipada com segmentação de risco: clientes classificados na matriz de risco com perfis de médio ou alto risco devem receber comunicação mais frequente e personalizada antes do vencimento. Isso pode incluir lembretes de pagamento, verificação da situação da safra ou contato proativo para entender possíveis dificuldades;
  • Pré-qualificação rigorosa: implementar um processo de pré-qualificação detalhado antes de conceder o crédito. Isso envolve não apenas a análise de documentos, mas também a verificação de capacidade de pagamento e a solidez financeira do tomador;
  • Check das garantias: garantir que toda garantia formalizada esteja sem pendência de documentos e devidamente registrada. Muitas vezes, a pressa em fechar negócios leva a falhas na formalização que comprometem a eficácia da garantia em caso de necessidade. Realizar verificações periódicas sobre a validade e a existência das garantias é fundamental;
  • Monitoramento do início da colheita e condições climáticas: no agronegócio, o sucesso da safra impacta diretamente a capacidade de pagamento. Monitorar o desenvolvimento da colheita, as condições meteorológicas e as projeções de mercado de forma contínua permite antecipar problemas e ajustar estratégias de cobrança ou renegociação;
  • Comunicação transparente e consultiva: manter um canal de comunicação aberto com os clientes. Em casos de risco elevado, uma conversa honesta pode identificar soluções antes que a dívida se torne um problema.

Essas ações preventivas não apenas reduzem a inadimplência, mas também otimizam o custo de recuperação de crédito, que pode ser significativo. A gestão ativa da carteira se torna, assim, um escudo protetor e um impulsionador de eficiência.

Leia também: Análise de crédito agrícola: como a Traive reinventou a área

Traive: gestão ativa da carteira com dashboards de operações

Na Traive, compreendemos os desafios únicos enfrentados na gestão de crédito para o agronegócio. Desenvolvemos uma plataforma que integra inteligência artificial (IA) e expertise no mercado financeiro para oferecer soluções que transformam a maneira como a cadeia de suprimentos agrícola gerencia o risco da carteira.

Nosso dashboard de operações é uma ferramenta poderosa que condensa dados complexos em insights claros e acionáveis, permitindo uma gestão ativa da carteira sem precedentes. Com ele, você tem acesso a informações importantes em tempo real:

  • Risco agronômico por região: monitore as condições climáticas, projeções de safra e histórico de produtividade em diferentes regiões. Essa visão granular permite identificar áreas de maior risco e tomar decisões mais embasadas sobre a concessão de crédito ou a necessidade de ativar planos de contingência;
  • Exposição (de crédito): tenha uma visão consolidada de sua exposição total ao risco, segmentada por cliente, região, tipo de cultura e garantia. Isso facilita a identificação de concentrações de risco e o ajuste de limites de crédito;
  • Rating (de clientes/operações): baseado em algoritmos avançados de IA, o rating da Traive vai além dos modelos tradicionais, incorporando dados agrícolas e financeiros específicos do setor. Ele fornece uma classificação precisa da capacidade de pagamento de cada cliente, orientando as decisões de crédito e as estratégias de cobrança preventiva.

A Traive automatiza a coleta e a análise de dados, reduzindo drasticamente os custos operacionais e eliminando a subjetividade da análise manual. Nossas soluções não só aprimoram a análise de risco de crédito e a governança na esteira de crédito, mas também facilitam o acesso a liquidez para nossos clientes por meio de mecanismos como a antecipação de recebíveis, tudo com base em uma carteira de crédito transparente e com risco bem gerenciado. 

Ganhe precisao e agilidade com analises com IA (1)
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Risco da carteira: de um desafio a um diferencial competitivo

A gestão do risco da carteira é, sem dúvida, um dos maiores desafios para as revendas, indústrias, sementeiras e cooperativas. Contudo, ao adotar uma abordagem proativa e tecnológica, é possível transformar esse desafio em um poderoso diferencial competitivo.

Com ferramentas como uma matriz de risco bem elaborada, estratégias de cobrança preventiva e dashboards de operações avançadas, as empresas podem otimizar seus processos, reduzir perdas, melhorar a governança e garantir maior acesso a capital. 

A Traive está aqui para ser seu parceiro nessa jornada, fornecendo a tecnologia e o expertise necessários para que a sua empresa não apenas sobreviva, mas prospere no complexo e recompensador mundo do agronegócio.

Invista na gestão inteligente do risco da carteira e veja seu negócio colher os frutos da segurança e da eficiência.

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